РУССЛИЙ

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Russos na Catalunha

Jornal Catalão La Vanguardia anuncia a presença de turistas russos na Catalunha, dizendo

...”que nem todas as notícias sobre o turismo são negativas; também há as positivas... destacando a crescente chegada de turistas russos, de bom poder aquisitivo, perfil pouco conflitivo e interesses culturais... Países com pouca tradição de viagens - caso da Rússia - começam a gerar turistas agora que sua economia melhora... assim, com o apoio de Moscou e da Agência Catalã de Turismo trabalhando juntos, mostraram resultados eloquentes: 70% dos turistas russos dirigem-se à Catalunha – no ano passado foram 374.000 e a previsão para este ano é de 600.000 turistas russos.”

Site do jornal: http://www.lavanguardia.com/

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Desaposentar

Faz algum tempo que encontrei esse texto abaixo, já não me lembro aonde; gostei tanto que guardei e aqui está para compartilhar com vocês.

Desaposentar
Domingos Pellegrini

Ele chegou à praça com uma marreta. Endireitou a estaca de uma muda de árvore e firmou batendo com a marreta. Amarrou a muda na estaca e se afastou como para olhar uma obra de arte. Não resisti a puxar conversa:
- O senhor é da prefeitura?
- Não, sou da Alice, faz quarenta e dois anos. Minha mulher.
- Ah... O senhor quem plantou essa muda?
- Não, foi a prefeitura. Uma árvore velha caiu, plantaram essa nova de qualquer jeito, mas eu adubei, botei essa estaca aí. Olha que beleza, já está toda enfolhada. De tardezinha eu venho regar.
- Então o senhor gosta de plantas.
- De plantas, de bicho, até de gente eu gosto, filho.
- Obrigado pela parte que me cabe... Ele sorriu, tirou um tesourão da cinta e começou a podar um arbusto...
- O senhor é aposentado?
- Não, sou desaposentado.
Foi podando e explicando:
- Quando me aposentei, já tinha visto muito colega aposentar e murchar, que nem árvore que você poda e rega com ácido de bateria. Sabia que tem comerciante que rega árvore com ácido de bateria pra matar, pra árvore não encobrir a fachada da loja?  É... aí fica com a loja torrando no sol!
Picotou os galhos podados, formando um tapete de folhas em redor do arbusto.

- É bom pra terra... Tudo que sai da terra deve voltar pra terra...
Mas então, eu já tinha visto muito colega aposentar e murchar.  Botando bermuda e chinelo e ficando em casa diante da televisão.  Ou indo ao boteco pra beber cerveja, depois dormindo de tarde.  Bundando e engordando... Até que acabaram com derrame ou enfarte, e não fazer nada e ainda viver falando de doença.
Cortou umas flores, fez um ramalhete:
- Pra minha menina.  A Alice.  Ela é um ano mais velha que eu, mas fica uma menina quando levo flor.  Ela também é desaposentada.  Ajuda na escola da nossa neta, ensinando a merendeira a fazer doce com pouco açúcar e salgados com os restos dos legumes que antes eram jogados fora.  E ajuda na creche também, no hospital.  Ihh...  A Alice vive ajudando todo mundo, por isso não precisa de ajuda, nem tem tempo de pensar em doença.
Amarrou o ramalhete com um ramo de grama, depositou com cuidado sobre um banco.
- Pra aguar as mudas eu tenho que trazer o balde com água lá de casa.  Fui à prefeitura pedir pra botarem uma torneira aqui.  Disseram que não, senão o povo ia beber água e deixar vazando.  Falei pra botarem uma torneira com grade e cadeado que eu cuidaria.  Falaram que não.  Eu teria que ficar com o cadeado e então ia ser uma torneira pública com controle particular, e não pode.  Sorriu, olhando a praça.
Escultura de bambus no Parque Ibirapuera - foto por Nice Figueiredo
- Aí falei: então posso cuidar da praça, mas não posso cuidar de uma torneira?  Perguntaram, veja só, perguntaram se tenho autorização pra cuidar da praça!  Nem falei mais nada.  Vim embora antes que me proibissem de cuidar da praça...  Ou antes que me fizessem preencher formulários em três vias com taxa e firma reconhecida, pra fazer o que faço aqui desde que desaposentei...
- Tá vendo aquele pinheiro fêmea ali?  A Alice que plantou.  Só tinha o pinheiro macho.  Agora o macho vai polinizar a fêmea e ela vai dar pinhões.
- Eu nem sabia que existe pinheiro macho e pinheiro fêmea.
- Eu também não sabia, filho. Ihh...  Aprendi tanta coisa cuidando dessa praça!

Hoje conheço os cantos dos passarinhos, as épocas de floração de cada planta, e vejo a passagem das estações como se fosse um filme!
- Mas ela vai demorar pra dar pinhões, hein? Falei, olhando a pinheirinha ainda da nossa altura.
Ele respondeu que não tinha pressa.
- Nossa neta é criança e eu já falei pra ela que é ela quem vai colher os pinhões.  Sem a prefeitura saber... E a Alice falou que, de cada pinha que ela colher, deve plantar pelo menos um pinhão em algum lugar.  Assim, no fim da vida, ela vai ter plantado um pinheiral espalhado por aí.  Sem a prefeitura saber, é claro, senão podem criar um imposto pra quem planta árvores...

- É admirável ver alguém com tanta idade e tanta esperança!
Ele riu:
- Se é admirável eu não sei, filho, sei que é gostoso.  E agora, com licença, que eu preciso pegar a Alice pra gente caminhar.
Vida de desaposentado é assim: o dinheiro é curto, mas o dia pode ser comprido, se a gente não perder tempo!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eddy Frantov homenageada em Florianópolis

Olá Pessoas!


O convite abaixo mostra a homenagem que será prestada no dia 22 de agosto de 2011, pela Câmara Municipal de Florianópolis, à nossa querida amiga Eddy Frantov (*), pelos anos de volutariado.


Nossos parabéns, Eddy e carinhosos abraços!
(*) Eddy Frantov foi Diretora Secretária da Sociedade Filantrópica Paulista por 20 anos.

Prosear pode salvar sua vida!

Estive andando de ônibus esses dias; semana passada um senhor idoso que estava sentado do lado oposto, mudou de lugar e sentou-se perto de mim, dizendo: "o sol está forte e eu não posso ficar muito tempo exposto", mostrando seus braços manchados.  Contou-me que depois que se aposentou foi trabalhar como motorista particular mas que, infelizmente, agora teve que parar por causa do problema na pele, mas que estava em tratamento porque gostava muito de viver.

Desejei-lhe pronto restabelecimento e disse que agora, com esse calor e a secura, havia também o perigo de desidratação.  Percebi que gostava de conversar - andar de ônibus tem-me oferecido muitas oportunidades para trocar idéias e ouvir as pessoas - e perguntei de onde era.



Sorriu e em seguida contou-me o seguinte:

Quando eu ainda tinha 20 anos, lá no Paraná, onde vivi quando criança, tomei o trem que vai de Curitiba a Paranaguá.  Como havia pago por uma passagem de primeira classe, sentei-me no vagão apropriado.  Logo percebi que meus trajes simples não condiziam com os dos outros passageiros e que esses me lançavam olhares enviesados, sem responder às minhas perguntas.

Gostando de uma boa prosa, resolvi mudar de vagão indo para a frente e sentei-me na segunda classe, onde certamente encontraria uma boa conversa e companhia.

Nem bem acomodei-me para prosear com meu vizinho que este virou-se e chamou minha atenção para o que havia acontecido atrás de nós: o vagão da primeira classe havia descarrilhado e caido no abismo.  Mais tarde soubemos que no acidente todos morreram.

E concluiu: assim como eu gostava de prosear, escolhi um outro vagão. 

Eu respondi: como o sr. escolheu prosear, também escolheu viver. 

Mais tarde, elaborando, pensei ser possível comparar o trem à vida , a escolha do vagão ao tipo de vida que queremos levar e os passageiros como os companheiros que escolhemos para CONVIVER e partilhar nossa jornada.  Imaginei que esse sr. era um ser muito especial que o Universo tinha me enviado para que contasse essa história (que mais parece fábula) para mim... daí decidi postar aqui para vocês.

Uma história recontada por Vicky Soutter, editora deste blog.

Modo de viver a envelhescência: M&M (mude e marque) e aproveite melhor!

Airton Luiz Mendonça (Artigo do jornal o Estado de S.Paulo) 

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:

Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar
conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece?

Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).

Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa...
São apagados de sua noção de passagem do tempo...

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.


Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir -as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...

ROTINA


Não me entenda mal.

A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).
Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.


Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais.

Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.

Seja diferente.


Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em outras palavras...... V-I-V-A. !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos.

Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.

E SCR EVA em
tAmaNhos diFeRenTes e em CorESdi fE rEn tEs !

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVETE..... 

99 anos é quase 100 !!

Quarta-feira, 17 de agosto de 2011, fizemos uma festinha de aniversário para Dna. Rozalia (Rozalja Bidzinski). Afinal não é todo dia que alguém comemora 99 anos, não é mesmo?

A Festinha foi realizada com a ajuda dos alunos do 3º B da ETEC TAKASHI MORITA, que fica em Sto. Amaro.  Essa escola tem um projeto - valendo nota - para que os alunos possam ter a possibilidade de fazer trabalhos voluntários na comunidade e por isso procuraram a Sociedade Filantrópica Paulista.

A ETEC (Escola Técnica) TAKASHI MORITA fica na EE (Escola Estadual) Paulo Eiró, à Rua Padre José Maria, 210 – Santo Amaro – 04753-060 São Paulo, SP - tel.: 5521-0636.

Os alunos participantes que colaboraram foram:

(em ordem alfabética)
Amanda Victória
Cauê Guimarães
Diego Almeida
Emerson Barros
Giuliana Werneck
Natália Porto
Rodrigo Araujo
Shoody Minamoto
Agradecemos a linda festa!  Vejam as fotos do evento:







Russo - aprenda esse idioma, grátis aula demonstrativa!!



IMPERDÍVEL!
Venha assistir a uma aula de Russo e ganhe um desconto especial!*  

*Condições válidas para matrículas realizadas somente no dia 20/08/2011


YÁZIGI VILA PRUDENTE
Rua Ibitirama, 832 - Tel.: 2346-3001
(a poucas quadras da estação do Metrô Vila Prudente)

Confusão mental dos idosos - informação importantíssima!!

CONFUSÃO MENTAL DOS IDOSOS

Principal causa da confusão mental no idoso


Arnaldo Lichtenstein, médico*

Sempre que dou aula de clínica médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta:

-          Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental?
-          Alguns arriscam: "Tumor na cabeça".     
-          Eu digo: "Não".   
-          Outros apostam: "Mal de Alzheimer"
-          Respondo, novamente: "Não".       

A cada negativa a turma se espanta... E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns:
·         diabetes descontrolado;     
·         infecção urinária;      
·         a família passou um dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa.    


Parece brincadeira, mas não é.   Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos.   Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez.  A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo.  Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos "batedeira"), angina (dor no peito), coma e até morte.
      
Insisto: não é brincadeira.  Na melhor idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água no corpo.  Isso faz parte do processo natural de envelhecimento.  Portanto, os idosos têm menor reserva hídrica. 

Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.              

Conclusão:

Idosos desidratam-se facilmente não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo.  Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.  
 
Por isso, aqui vão dois alertas:

1.       O primeiro é para vovós e vovôs: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, leite. Sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina, também funcionam. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso!      

2.      Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam constantemente líquidos aos idosos. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, fora do ar, atenção. É quase certo que sejam sintomas decorrentes de desidratação.          "Líquido neles e rápido para um serviço médico".          

(*) Fonte de informações: Arnaldo Lichtenstein (46 anos), médico, e  clínico-geral do Hospital das Clínicas, professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Primeiro Concurso de Corais do FIRSC....

E o prêmio é de... R$5.000,00!!  Essa notícia nos foi passada pelo Maestro Sergio Igor Chnee. Maiores informações: ymarcos@hotmail.com.

Grupo de idosos usa prestígio e acesso para resolver problemas mundiais

Esse artigo, escrito por Bob Deans, em Washington, foi publicado em 12 de novembro de 2007.




Da esquerda para a direita, Muhammad Yunus, Mary Robinson, Kofi Annan, Nelson Mandela, Jimmy Carter e Desmont Tutu, alguns dos membros do influente grupo The Elders

Eles contam com um website, uma declaração de sua missão e um nome, "The Elders" ("Os Idosos", ou "Os Velhos"), e o projeto é inspirado pelas tradições de tribos africanas que voltam-se para membros idosos para obter conselhos sábios.

Os analistas afirmam que os Elders podem fazer uma diferença, usando o acesso a líderes, a autoridade moral e a sua capacidade de atuar como canais úteis de bastidores para a promoção de uma diplomacia informal que pode ajudar a preencher as lacunas existentes nas capacidades dos governos nacionais.

"As relações entre Estados são apenas uma pequena parte da rede complexa formada por relacionamentos internacionais, empresários que visitam primeiros-ministros ou ativistas dos direitos civis que conversam com ministros das relações exteriores", explica o ex-diplomata dos Estados Unidos, Daniel Serwer, um especialista em resolução de conflitos do Instituto dos Estados Unidos para a Paz, uma instituição não partidária patrocinada pelo Congresso dos Estados Unidos.

"Essas pessoas têm acessos", diz Serwer, referindo-se aos Elders. "Levando em conta todos os seus membros, o grupo provavelmente é capaz de se reunir com qualquer chefe de Estado do planeta".

Ele também representam algo - individual ou coletivamente.

"Essas são pessoas conhecidas em todo o mundo, não apenas como cidadãos de determinadas nações, mas como indivíduos que se preocupam com o mundo inteiro. E isso possibilita que tenham uma voz bastante distinta e que pouquíssimos governos podem ignorar", afirma o ex-assessor da Casa Branca, Robert Pastor, co-diretor interino do grupo.

"Os Elders não estão tentando substituir, ou duplicar, aquilo que os governos ou as organizações inter-governamentais estão fazendo, e sim reforçar e suplementar iniciativas, além de preencher lacunas", afirma Pastor. "A questão crítica é determinar se eles são capazes de aglutinar as suas influências individuais a fim de criar uma fonte coletiva de poder capaz de fazer o que os governos e as instituições inter-governamentais são incapazes de realizar".

Isso é algo muito abrangente. Apesar de todo o poder e a influência dos Estados Unidos, dos seus parceiros globais e da ONU, conflitos antigos persistem em todo o mundo, juntamente com males de dimensão global como doenças, mudança climática e violações dos direitos humanos.

Na virada do milênio, o astro britânico do rock Peter Gabriel e o magnata do setor aéreo Richard Branson começaram a falar a respeito de maneiras de aproveitar a autoridade moral e o acesso global de figuras da estatura de um Mandela, o primeiro negro a ser eleito presidente da África do Sul.

Em julho, a idéia gerou frutos, quando Mandela, que passou quase três décadas na prisão por liderar a oposição à cruel modalidade de opressão racial vigente no seu país, chamada apartheid, e 12 outros estadistas veteranos reuniram-se para formar o grupo "The Elders".

A missão que marcou a estréia do grupo, realizada no verão deste ano, foi no Sudão.

Lá, Carter e os seus companheiros do Elders, Lakhdar Brahimi, um diplomata argelino, Graça Machel, uma defensora moçambicana dos direitos das mulheres e das crianças, e o líder anti-apartheid e bispo anglicano Desmond Tutu, buscaram formas de resolver a longa guerra civil que aflige o país, e o impacto causado pelo conflito sobre o povo de Darfur, onde mais de 225 mil civis morreram naquilo que o presidente Bush chamou de genocídio.

Os Elders esperam apresentar um relatório das suas descobertas e recomendações já na próxima semana.

Além de Darfur, os Elders se propuseram a tentar ajudar a resolver conflitos em Mianmar, onde um governo autoritário vem reprimindo há décadas ativistas pró-democracia como Aung San Suu Kyi; em Zimbábue, onde indivíduos politicamente progressistas sofrem com a repressão imposta pelo líder Robert Mugabe; e no Oriente Médio, onde seis décadas de derramamento de sangue e de inimizade entre árabes e israelenses continuam a desestabilizar aquela região estratégica e a causar perdas e desespero para os seus habitantes.

Carter, que como presidente articulou os históricos acordos de Camp David que trouxeram a paz entre Israel e Egito em 1979, continuou ativo no processo de paz do Oriente Médio. No mês passado, ele reuniu-se com a secretária de Estado Condoleeza Rice, que está trabalhando no sentido de fazer com que líderes palestinos e israelenses reúnam-se no final deste mês em Annapolis, no Estado norte-americano de Maryland, para aquilo que poderia ser o primeiro diálogo concreto pela paz entre os dois lados em sete anos.

Ainda não se sabe se as conversações de paz de fato ocorrerão. Devido à delicadeza das negociações à respeito das próprias conversações, os Elders têm evitado desempenhar qualquer papel público no processo. Em vez disso, segundo Pastor, o grupo está pensando em visitar a região após as conversações de Annapolis a fim de preparar um relatório descrevendo as questões em jogo e apontando possíveis caminhos para soluções.

É verdade que há limites para aquilo que pode ser alcançado pela autoridade moral e um grande arquivo Rolodex de contatos.

Por exemplo, os especialistas em Oriente Médio afirmam que a resolução do conflito árabe-israelense exigirá ações duras de ambas as partes, e não o tipo de mediação que os Elders são capazes de proporcionar.

"Este não é um conflito no qual as pessoas carecem de lideranças heróicas", afirma Robert Satloff, diretor executivo do Instituto de Políticas do Oriente Próximo, com sede em Washington.

"Este conflito necessita de execução e de compromissos práticos", explica Satloff. "A capacidade de controlar organizações terroristas e de confiscar armas ilegais. Essas não são questões que tendem a ser resolvidas por meio de qualquer contribuição que possa ser prestada por esses distintos estadistas".

Ao mesmo tempo, a lamentável história dos esforços pela paz no Oriente Médio demonstra os limites do poder e da influência do Estado e, talvez, afirma Pastor, gere a oportunidade para que atores não governamentais desempenhem um papel construtivo.

"O fato de que, durante 60 anos, o Oriente Médio está imerso em conflito, se constitui em um caso clássico de como os governos às vezes não encontram caminhos para a paz, embora as pessoas estejam nitidamente ansiosas por ela", diz Pastor.

Conclusões similares poderiam ser sugeridas em relação a Mianmar, Zimbábue e Darfur.

"Nesses casos, a esperança é que a autoridade moral coletiva dos Elders seja capaz de apontar novos caminhos para auxiliar as partes envolvidas a resolver o conflito", afirma Pastor.

De fato, Carter demonstrou por exemplo próprio aquilo que pode ser realizado por um estadista solitário atuando com boa-fé pela resolução de conflitos. Em meados da década de 1990, ele ajudou a patrocinar o fim de um perigoso impasse nuclear que colocou os Estados Unidos e a Coréia do Norte em uma rota que poderia levar a uma guerra. Ele ajudou a convencer o líder de um golpe a deixar o Haiti antes de uma invasão por forças norte-americanas. E Carter também costurou um cessar-fogo de quatro meses entre sérvios, croatas e muçulmanos na Bósnia.

"Então, essa autoridade moral possui alguma relevância? Penso que sim", afirma Serwer. "Trata-se de ter uma visão de mundo e de contar com o acesso e a influência para colocá-la em prática. Então, quanto mais poder eles tiverem, melhor".

As biografias dos Elders

Jimmy Carter: 39° presidente dos Estados Unidos

Carter usou a sua presidência para melhorar as perspectivas de paz no Oriente Médio, bem como para promover o controle de armamentos norte-americanos e soviéticos e os direitos humanos. Este professor de uma escola dominical e ex-plantador de amendoins do Estado da Geórgia usou a sua fase pós-presidencial para estimular uma série de iniciativas globais, como o monitoramento de eleições, a promoção da democracia em todo o mundo, e a quase erradicação da dracunculíase no oeste da África.

Nelson Mandela: líder anti-apartheid sul-africano

Talvez o mais conhecido prisioneiro político da sua geração, Mandela passou 27 anos na prisão devido à sua oposição ao cruel sistema de opressão racial da África do Sul conhecido como apartheid. Depois que o sistema foi abolido, Mandela foi eleito o primeiro presidente negro do seu país em 1994. Desde que deixou o poder, cinco anos depois de ter assumido a presidência, ele desempenha um papel central no combate ao HIV e à Aids em toda a África, e tem atuado ativamente nas negociações de paz no Congo e em Burundi.

Kofi Annan: sétimo secretário-geral da Organização das Nações Unidas

Nativo de Gana, Annan atuou nas Nações Unidas em um período dominado pela guerra no Iraque, pelas reformas na ONU e por uma série de terríveis escândalos de corrupção na organização. Ele foi também o arquiteto de esforços afirmativos pela paz no Líbano, por parte da ONU, após a guerra travada entre os israelenses e o Hezbollah naquele país no ano passado, e supervisionou o desenvolvimento de um conjunto abrangente de objetivos globais com o propósito de combater a pobreza e a doença em toda a África.

Reverendo Desmond Tutu: ativista anti-apartheid e defensor da reconciliação

A alma do movimento anti-apartheid, Tutu foi alvo de ameaças de morte quando defendia a igualdade racial no seu púlpito como arcebispo da Cidade do Cabo, a mais poderosa posição da Igreja Anglicana da África do Sul. Depois que o apartheid foi abolido, Tutu tornou-se um líder no programa de reconciliação, através do qual policiais e outros que ajudaram a impor a opressão racial na África do Sul foram anistiados em troca de confissões públicas e pedidos de desculpas, medidas tidas como fundamentais para que o país tivesse sucesso em seguir adiante sem ficar preso em um ciclo interminável de recriminações e vinganças.

Outros membros do The Elders são:

Ela Bhatt, organizadora e defensora dos diretos das mulheres na Índia.

Gro Brundtland, médico, defensor da saúde pública e ex-primeiro-ministro da Noruega.

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil (1995-2002).

Mary Robinson, primeira mulher presidente da Irlanda (1990-1997), e a ex-alta comissária de Direitos Humanos da ONU (1997-2002).

Aung San Suu Kyi, líder simbólico da luta pela democracia em Mianmar.

Graça Machel, ativista social, política e econômica em Moçambique.

Lakhdar Brahimi, ex-diplomata argelino.

Li Zhaoxing, ex-diplomata e ex-porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

Muhammad Yuns, fundador do Projeto Grameen Bank, em Bangladesh, e pai do movimento global de micro-crédito.