РУССЛИЙ

quinta-feira, 13 de março de 2014

CATARINA, A GRANDE – O RETRATO DE UMA MULHER



Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

 
Déspota esclarecida,  patronesse das artes, intelectual e monarca,  talvez o adjetivo “a grande”  tenha sido pouco para representar tudo que Catarina foi para o seu tempo, visionária, inquieta e dona de uma mente brilhante, a Imperatriz russa se tornou uma das mulheres mais influentes da história da humanidade se tornando figura central na Europa monárquica, patriarcal e pré-revolucionária do século XVIII.


Catarina nasceu em um pequeno principado alemão, no dia 02 de maio de 1729.  Seu nome de nascença era Sofia Frederica Augusta de Anhalt-Zerbst, passou a se chamar Catarina após sua conversão para a fé ortodoxa, e desde que deixou o principado na Alemanha para ir se casar com o herdeiro do trono russo Pedro, ela já moldava seus passos, desvendava mistérios e intrigas da corte para que algum dia pudesse se tornar czarina do império russo. 

 Após conduzir um golpe que depôs o marido, Catarina ascende ao trono russo com a ajuda do exército, igreja, nobreza e do povo, seu caráter e personalidade demonstravam um forte contraste em relação à inépcia dominadora de seu marido. No dia de sua coroação as salvas de tiros de canhões começaram cedo, naquele dia os domos das cúpulas de ouro das catedrais brilhavam ainda mais resplandecentes, Catarina caminhava soberana a caminho da coroa em um tapete carmim que foi estendo na escadaria vermelha do Kremlin. O embaixador inglês, duque de Buckinghamshire descreveu-a como “linda, olhos azuis se destacavam pelo brilho. A cabeça bem posta sobre um pescoço longo causava uma impressão de orgulho, poder e vontade.” Sob um mar de súditos que a aclamavam ela se nomeou Catarina II imperatriz da Rússia.

Sob seu reinado o domínio russo atingiu seu auge, transformando-o em um dos principais impérios da época, sob sua régia a Rússia anexou os territórios da Ucrânia Ocidental, Lituânia e Bielorússia. Em 1783 conquista a Criméia fazendo com que o Império chegue ao Mar Negro.

No campo das artes e cultura, as mudanças foram ainda mais expressivas, inaugurou a Universidade de Moscou e a academia de literatura russa. Nos palácios de Versailles na França e Buckingham na Inglaterra, Catarina ficou conhecida como patronesse das artes após inaugurar o suntuoso Hermitage, que até hoje é o maior museu de artes do mundo e abriga mais de três milhões de obras expostas. Ainda no campo  literário, a imperatriz escreveu comédias, ficção e até um código de leis e normas baseado nas ideias dos filósofos iluministas na qual era grande leitora e amiga, se correspondendo frequentemente com Voltaire, Diderot e d´Alembert. Baseada nas ideias do nepotismo benevolente de Montesquieu aboliu a tortura e a pena de morte na Rússia.

Catarina II foi uma figura singular na era monárquica, nos deixando uma lição de humildade, apesar de ser venerada pelos seus súditos e admirada em toda a corte europeia ela sempre recusou títulos pomposos, fossem eles feitos pela assembleia, pelo povo ou pelos iluministas franceses como Voltaire que enchia as correspondências a ela de atributos floreados, dizia aos súditos que não queria ser chamada de Catarina, a Grande, dizia que isso somente a posteridade poderia decidir. Ainda antes de morrer Catarina escreveu um epitáfio e de maneira singela de autodescreveu como Catarina II, “uma mulher tolerante, compreensiva, sociável por natureza, não odiava ninguém e perdoava com facilidade. Fez muitas amizades, tinha prazer em trabalhar e amava as artes.”

Texto 
Bóris P. Zabolotsky
Campina das Missões
Acadêmico de Relações Internacionais / UFSM

Publicado no Jornal “A GAZETA DO POVO” em 07/03/2014






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